Recentemente, nos Estados Unidos, a Airbus patenteou um novo tipo de cabine de avião, no qual as janelas do cockpit dão lugar a painéis eletrônicos de visualização. De acordo com a empresa, a razão para a mudança é o fato do vidro usado na janelas influenciarem negativamente na estrutura e aerodinâmica do avião.
Imagem: Reprodução Tecnoblog
A fabricante explica que, por razões aerodinâmicas, o ideal seria que a frente das aeronaves tivesse um formato que lembra uma lança ou um objeto relativamente pontiagudo. O problema é que a necessidade de uma cabine de pilotagem ali e de outros equipamentos, como o trem de pouso, exige uma estrutura frontal bastante complexa e com vários pontos de curvatura.
Não é apenas isso: as janelas frontais também exigem que a cabine tenha uma estrutura interna reforçada para suportar o peso dos vidros (ou de outros materiais transparentes usados com a mesma finalidade), assim como para se adequar a toda resistência que o recinto precisa ter.
Imagem: Reprodução Tecnoblog
Com a remoção das janelas, os pilotos conduziriam o avião exclusivamente por instrumentos eletrônicos e a cabine poderia estar localizada em diversos pontos do avião – como cauda e bagageiro. Assim, seria possível projetar aeronaves com melhor aerodinâmica e com menos complexidade estrutural.
Telas ligadas a câmeras de alta definição ou mesmo projeções poderiam ser usadas para fornecer aos pilotos as informações visuais necessárias ao voo. A Airbus fala até mesmo no uso de hologramas 3D que poderiam criar uma simulação da superfície que está sendo sobrevoada, por exemplo.
Outra possibilidade é o desenvolvimento de cabines mais compactas, onde o copiloto ocuparia um espaço um pouco mais atrás em relação ao piloto e não exatamente ao seu lado.
Imagem: Reprodução Tecnoblog
De acordo com eles, a novidade não traria apenas consequências técnicas, mas também financeiras. “A invenção permite o aumento da carga útil da aeronave e a melhora de seu resultado operacional para a empresa de aviação”, afirma o texto da patente. Em outras palavras, isso representa um maior retorno financeiro para a companhia que opera o avião.
Mas de modo geral, se a proposta não agrada, não se preocupe: não se deverá voar em aviões sem janelas no cockpit tão cedo. Primeiro porque, se o projeto de aviões comerciais de grande porte nos padrões atuais leva anos e mais anos, imagine o tempo necessário para o desenvolvimento de um conceito tão fora do comum.
Segundo porque, bom, não custa relembrar que este é apenas o pedido de uma patente e, como você deve saber, nem toda ideia registrada é colocada em execução. Sendo aproveitada ou não, o fato é que a patente dá uma pequena, mas fascinante ideia do que poderemos ter de tecnologia aeronáutica nas próximas décadas.
Via Tecnoblog