ANAC quer regulamentação para tirar o brevê

Já há algum tempo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem revisto de forma gradativa os principais regulamentos sobre as regras da formação aeronáutica no Brasil.

A primeira grande mudança ocorreu em junho de 2012 com a publicação do RBAC 61 – Regulamento Brasileiro de Aviação Civil, em substituição ao antigo RBHA 61 -Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica, que trata da emissão de licenças para pilotos no país.

Agora, a Anac prepara para os próximos meses a publicação dos novos RBAC 140 e 141, sobre a autorização, organização e funcionamento de aeroclubes e escolas de aviação civil. A questão principal dos regulamentos é separar as atividades de pilotos que querem voar por lazer daqueles que buscam uma formação profissional na aviação civil.

O RBAC 140 será voltado para qualquer escola que forme pilotos para o recreio e desporto, limitando-se a formação de piloto privado ou piloto leve esportivo. Já para a área profissional, a Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês) determina que as entidades aprovem os alunos com mais rigor e cumpram uma série de exigências que estarão no RBAC 141.

regrasImagem: Reprodução Aeromagazine

Para aprimorar a formação profissional, a Anac estuda também mudanças no conteúdo programático dos cursos teóricos de piloto comercial. A intenção é que haja um conhecimento mais aprofundado de diversos temas. Atualmente, um curso de piloto comercial é quase uma grande revisão das matérias exigidas na prova de piloto privado, com uma grande diferença somente em navegação.

“Estamos trabalhando alinhados com a indústria. As exigências de PP e PC têm de ser diferentes”, afirma o diretor da Anac, Carlos Pellegrino. Com as mudanças, ele avalia que a formação profissional será mais qualificada e que os aeroclubes poderão voltar a ter a função de serem verdadeiros clubes de voo.

De modo geral, a expectativa é que as mudanças melhorem a qualidade da formação aeronáutica no Brasil. Segundo o órgão, a carreira tem se mostrado promissora e a tendência é continuar crescendo. Estatísticas mostram que a procura pelos cursos de piloto está aquecida, com mais pessoas se formando a cada ano, tanto para aviões como para helicópteros.

Os números da agência mostram um crescimento bastante acentuado na formação de novos pilotos, especialmente entre 2010 e 2012. Enquanto em 2009 foram emitidas 1.170 novas licenças de piloto privado de avião, esse número saltou para 2.935 em 2012. No caso de piloto comercial de avião, foram 654 licenças emitidas em 2009 contra 1.629 em 2012.

Cenário semelhante pode ser verificado no caso das licenças para pilotos de helicóptero. Em 2009, foram emitidas 202 carteiras de PPH. Três anos depois, esse número chegou a 736. No caso de PCH, as emissões pularam de 150 em 2009 para 507 em 2012.

Via Aeromagazine

 

 

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