Aviação se despede de Peter Ayerst e “Skeets” Coleman

O ano de 2014 soma algumas importantes perdas para a história da aviação mundial: faleceram Peter Ayerst, o último piloto da “Batalha da França”, e JF “Skeets” Coleman, o piloto do Convair XFY-1.

Por oito anos como piloto de caça da Royal Air Force (RAF) e um participante da Segunda Guerra Mundial, Ayerst se despediu aos 93 anos de idade, sendo o último dos sobreviventes da Batalha da França.  Durante o período em que serviu no conflito, ele operou Hurricanes e Spitfires.

peter1Imagem: Reprodução Birmingham Post

Entre seus grandes “milagres”, sobreviveu a um confronto com 27 caças alemães Messerschmitt Me109s, tendo seu Hurricane crivado de balas. Já durante a Batalha da Grã-Bretanha, ele derrubou um Heinkel He111, o primeiro dos seus oito abates.

Ayerst foi condecorado com a Distinguished Flying Cross (DFC) em dezembro de 1944, com seus voos de Spitfires em missões de intrusão sobre a França antes e durante o Dia D, por serviços de escolta de bombardeiro contra locais das ‘armas V’ da Alemanha e em apoio a ataques à luz do dia.

peter hurricaneImagem: Reprodução Devianart

Ele também trabalhou na fábrica da Vickers Armstrong, na cidade de Castle Bromwich, na Inglaterra, que chegou a produzir até 320 Spitfires e 30 bombardeiros Lancaster por mês. Ayerst se aposentou da RAF em abril de 1973, tendo voado um Ligthning XS459 como sua última aeronave em serviço.

Já o ousado JF “Skeets” Coleman ficou conhecido como o piloto de teste de um dos aviões militares mais estranhos já produzidos. Skeets pilotou de forma notável (dada a precariedade do avião que ele testou, na década de 1950) o Convair XFY-1 ‘Pogo’, um veículo de decolagem e aterrissagem vertical.

Em anotações oficiais, foi mencionado por sua invejável bravura e disposição: “Coleman foi uma das últimas pessoas que se aventurou no alto em uma máquina que ninguém sabia voar, que nenhum simulador foi capaz de provar que iria voar”.

SkeetsImagem: Reprodução Cavok Brasil

À época, a Marinha dos EUA queria um avião que decolasse para cima, como um helicóptero, antes da transição para o voo horizontal, sob interesse de economizar espaço nos porta-aviões. Em 1951, foi concedido um contrato à Convair para a fabricação de um caça de decolagem e aterrissagem vertical (VTOL).

O XFY-1 foi chamado de “tail sitter” (do inglês “sentar-se, apoiar-se sobre a cauda”), porque ele se apoiava como um foguete, repousando sobre quatro rodas presas às extremidades das asas e barbatanas. Ele tinha uma altura de 11 metros e o piloto tinha que usar uma longa escada para subir ao cockpit. Após anos de desenvolvimento, apenas um XFY-1 foi construído – e não houve voluntários que se prestassem a testá-lo!

Skeets convairImagem: Reprodução Plane a day

Coleman estava na reserva da Marinha americana, em 1954, quando o Pogo estava pronto para o teste, em Moffett Field, ao sul de São Francisco, onde ele poderia praticar pousos e voo pairado. Ele, por fim, foi o único piloto a voar o XFY-1 e foi premiado com o Troféu Harmon em 1955 por sua contribuição para a aviação.

Embora ele não tenha tido acidentes com o Pogo, após apenas uma pequena série de voos, os testes foram interrompidos. O projeto foi considerado muito complexo e pouco prático para ser usado num porta-aviões, principalmente à noite e em situações de mau tempo. Atualmente, o Pogo repousa no Museu Smithsonian.

James Francis Coleman nasceu 02 de junho de 1918. Ele entrou para a Marinha americana em 1941, servindo como um piloto de caça em missões de bombardeio no Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial. Após o tempo no conflito, graduou-se em engenharia aeronáutica na Universidade da Califórnia.

Via Cavok Brasil

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