Conheça mais sobre o sistema Fly by Wire

Os projetos mais modernos na aviação para aviões médios e grandes contemplam o uso de controles de voo eletrônicos, os chamados fly by wire (ou FBW). Esses projetos substituem parte ou todo o sistema hidráulico por um sistema eletrônico para atuação dos controles de voo.

Aviões militares de combate já utilizam esses sistemas há décadas. A Airbus, a partir da família A320, em 1983, e a Dassault Falcon, mais recentemente, com o seu Falcon 7X, foram as primeiras a substituir o manche por side-stick nas aeronaves civis. Porém, a Boeing e a Embraer também utilizam este recurso em seus projetos mais recentes, sem excluir o manche.

Um sistema FBW é composto pelo manche ou side-stick eletrônico, por um conjunto de computadores e por atuadores eletrônicos interligados por fios e cabos elétricos. Ao mover os comandos, o piloto envia um sinal para os computadores como fazemos ao usar o mouse em nosso PC.

O conjunto de computadores que recebe o sinal é composto por, pelo menos, três computadores (chamados de PFC – Primary Flight Computer). Cada um desses possui três CPUs de fabricantes diferentes (chamados de lanes), rodando o mesmo sistema operacional e o mesmo software.

Dentro de cada PFC, essas três lanes conversam entre si para saber se estão tomando a mesma decisão: um lane comanda, outra fica em stand by e a terceira monitora as outras duas. Como se não bastasse, cada PFC compara seu resultado de cálculo com os outros dois. Somente após todo esse processo é que o PFC emite o sinal adequado para atuação da superfície de controle de voo.

fly bySistema Fly by Wire 

Desse modo, o sistema FBW permite que qualquer input dado pelo piloto seja analisado e “filtrado” antes de ser repassado para as superfícies móveis (aileron, profundor, leme). Essa é a grande vantagem do sistema, pois esse processo resulta em melhor desempenho da aeronave, maior capacidade de manobra e possibilidade de restringir ou até impedir que se façam manobras que ultrapassem os limites de uma aeronave.

A desvantagem deste sistema é a interação homem-máquina. Normalmente, esse sistema não é feito para ser pilotado manualmente, mas por meio de um sistema automático de voo.  Todo processo extremamente automatizado é muito complexo para a compreensão total por parte dos usuários. Enquanto o funcionamento está normal, a carga de trabalho é baixa e o monitoramento do sistema pelos pilotos é bem fácil.

Porém, quando algo diferente ocorre, tirando o processo de sua rotina (e isso não precisa ser uma falha, basta apenas um processo automatizado não compreendido pelo piloto), a carga de trabalho pode aumentar significativamente e a compreensão do que está ocorrendo se torna mais difícil.

Por isso, esses sistemas exigem um bom estudo de seu funcionamento e um treinamento específico para se adequar à proficiência do piloto aos níveis de automatismo da operação. Assista a uma demonstração de todo o sistema operando, em um procedimento de aproximação realizado por uma aeronave Airbus no Aeroporto Internacional de Brasília.

Via Airbus

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