Conheça os comandos que controlam os helicópteros

Provavelmente, você já observou o voo de um helicóptero e se perguntou como é possível que uma máquina destas voe quase como um beija-flor, exibindo sua fantástica capacidade de literalmente pairar no ar.

helicopteros 1Imagem: Reprodução Wikipedia

Para compreender de forma simplificada como isto é possível, é preciso conhecer primeiro quais são as “rédeas” que o helicóptero possui e como elas se interdependem, permitindo um voo estável que demonstra, ao mesmo tempo, força e suavidade.

São ao todo quatro “rédeas”, ou melhor, quatro comandos de voo que controlam a aeronave: Cíclico, Coletivo, Manete de Potência (RPM) e Pedais. Todos estão instalados na seção dianteira do helicóptero – incluindo os estabilizadores vertical e horizontal, superfícies secundárias que compensam tendências aerodinâmicas durante o voo.

Para atuarem adequadamente, cíclico, coletivo e pedais dependem inteiramente da RPM do rotor principal (e não da velocidade de deslocamento do helicóptero, como no caso dos estabilizadores). Existem entre os comandos da cabine e o grupo moto-propulsor hastes e cabos de comando.

Em muitos casos, há ainda um sistema hidráulico, que além de proporcionar comandos suaves e precisos com um mínimo esforço, serve também como “amortecedor” para as vibrações provocadas pelo sistema do rotor.

helicoptero 3Imagem: Reprodução

O cíclico é uma alavanca vertical que fica à frente e ao centro do assento do piloto. Sua finalidade é mudar o plano de rotação do rotor principal, permitindo as manobras de deslocamento na horizontal, criando a força de tração.

Ele recebe este nome por alterar o passo das pás do rotor principal, em determinada área (durante a trajetória) do plano de rotação, aumentando o passo (torção das pás) em parte da trajetória (maior sustentação) e diminuindo na trajetória diametralmente oposta (menor sustentação), fazendo com que o plano de rotação se incline na direção desejada.

Esta mudança automática se repete a cada volta das pás (ou mudança de passo cíclica), não dependendo de qualquer ação do piloto – a não ser a de inclinar o comando na direção desejada dentro dos 360º, fato que resulta na inclinação do plano de rotação. Desta forma, no voo pairado, sem vento, e com o cíclico em neutro, o ângulo de ataque das pás do rotor principal será igual em todos os setores do plano de rotação.

helicoptero 4Imagem: Reprodução

coletivo é o controle vertical do helicóptero, que altera o ângulo de ataque de todas as pás do rotor principal, independente do setor do plano de rotação em que se encontre e deforma igual (mesmo ângulo para todas as pás).

É uma alavanca instalada na horizontal, ao lado esquerdo do assento do piloto, devendo ser operado conjuntamente com a manete de RPM, para que esta permaneça constante em todas as fases do voo.

helicoptero 5Imagem: Reprodução

O coletivo está ligado à unidade misturadora através de hastes de comando. Isto acontece de tal forma que qualquer um de seus movimentos implica em um movimento correspondente à estrela rotativa (para cima ou para baixo) e desta para as pás do rotor principal. Obtém-se, assim, maior ângulo de ataque em todas as pás, maior sustentação (coletivo para cima) ou menor ângulo de ataque, menor sustentação (coletivo para baixo).

A manete de RPM é um dos mais importantes comandos de voo. Isto porque todos os comandos do helicóptero dependem mais da RPM do rotor principal do que da velocidade de deslocamento da aeronave. Geralmente, a manete é do tipo empunhadura, instalada no extremo do coletivo. É similar ao punho de aceleração de uma motocicleta, controlando a quantidade de combustível admitida.

Sua manipulação manual é indispensável aos helicópteros que não possuem um dispositivo automático de correção de RPM (governador), a fim de mantê-la constante, devido à resistência aerodinâmica (arrasto) da pá. Com o coletivo todo acima, o arrasto aumenta irá aumentar e por consequência existirá maior necessidade de admissão de combustível (abrindo a manete).

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Imagem: Reprodução

A manete de RPM possui um curso de 180º, no qual os primeiros 30 correspondem à marcha lenta (engrasamento) do motor. A partir dos 30º, a manete age conjugada com o coletivo.

Coletivo para cima ou para baixo, a manete abre ou fecha automaticamente, sendo necessário do piloto apenas um ajuste fino para manter a RPM. Esta atitude exige certa habilidade, uma vez que o comando é bastante sensível por conta da grande inércia do rotor principal.

 helicopteroImagem: Reprodução

Por fim, são os pedais que controlam o ângulo de ataque das pás do rotor de cauda. O pedal esquerdo aumenta o ângulo, aumentando a tração do rotor de cauda, fazendo a fuselagem girar para a esquerda. Por sua vez, o pedal direito diminui o ângulo de ataque, diminuindo a tração, fazendo a fuselagem girar para a direita.

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