Dia do Aviador – descubra a origem dessa data comemorativa

Dia 23 de outubro é uma data bastante especial para a aviação brasileira. Neste dia comemora-se o Dia do Aviador e, ainda, o Dia da Força Aérea Brasileira. Mas você sabe por que a data foi escolhida para celebrar essas comemorações?

Exatamente no dia 23 de outubro, do ano de 1906, o aeronauta e inventor brasileiro Santos Dumont realizava seu primeiro voo bem-sucedido a bordo do 14-Bis, em Paris. Com o feito, Dumont conseguiu concretizar um voo de 70 metros de altura e escreveu seu nome na história ao fazer o primeiro voo público com um avião capaz de decolar, voar, retornar e pousar com seus próprios meios, sem o auxílio de equipamentos ou dispositivos externos e, por isso, foi consagrado como “Pai da Aviação”. (Saiba mais aqui)

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A criação da Força Aérea Brasileira, no contexto da Segunda Guerra Mundial, também endossa as comemorações em torno do dia 23. E mesmo que em épocas diferentes da História, a vida de Santos Dumont e a criação da FAB estão interligadas. Após a morte do Pai da Aviação, em 1932, o inventor recebeu o título de marechal-do-ar e, por decreto, foi proclamado patrono da Força Aérea Brasileira, em 1971.

Força Aérea Brasileira – presença do Brasil na 2ª Guerra Mundial

A Força Aérea Brasileira surgiu junto com o Ministério da Aeronáutica, na época do então “Estado Novo”, comandado por Getúlio Vargas. Ao criar a FAB, o objetivo do governo Vargas era unificar as, já existentes, aviações militar e naval e torná-las mais sofisticadas e organizadas. Com a criação do Ministério da Aeronáutica e da FAB, o Brasil investiu pesado na criação de infraestrutura, em especial na construção de bases aéreas.

Os primeiros aviões da Força Aérea Brasileira foram usados para fazer o patrulhamento das costas marítimas. Em 1941, o Brasil ainda estava neutro em relação à Guerra, mas mesmo assim as recém-criadas bases aéreas foram utilizadas pelos americanos. Em 1942, submarinos nazistas torpedearam navios mercantes brasileiros, o que forçou o Brasil a entrar no combate ao lado dos americanos e demais aliados.

Os aviões da FAB realizaram suas primeiras missões contra submarinos alemães. Depois, esquadras inteiras foram enviadas para a guerra na Europa. Antes de irem para o combate, os oficiais da Aeronáutica Brasileira receberam treinamento dos americanos, na base de Água Dolce, no Panamá. Cerca de 350 homens participaram do treinamento. Em setembro de 1944, foi formado o Iº Grupo de Caça, que passou a fazer parte da Força Aérea do Mediterrâneo e lutou no sul da Europa.

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Senta a Púa!

É curioso notar que o símbolo da Força Aérea Brasileira, à época da Segunda Guerra, era o desenho de uma avestruz empunhando um revólver e uma espécie de escudo com o cruzeiro do sul estampado. Abaixo do desenho a expressão: “Senta a Púa!”, que remete à imagem de um ferrão, como uma espora aguda. Esse símbolo foi elaborado pelo capitão aviador Fortunato Câmara de Oliveira, que também era cartunista, e ficava estampado nas aeronaves da FAB.

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Sua composição pode ser descrita, conforme palavras do próprio autor:

Faixa externa verde-amarela – simboliza o Brasil.

Avestruz – representa a velocidade e maneabilidade do avião de caça e o estômago dos pilotos, que aguentavam qualquer comida (referência à comida estrangeira).

Quepe branco – representa pilotos brasileiros e parte do uniforme da FAB na época.

Escudo – robustez do aviãoP-47 Thunderbolt e a proteção da aeronave aos pilotos.

Fundo azul e estrelas do escudo – referência ao céu do Brasil e o Cruzeiro do Sul.

Arma – simboliza o poder de fogo do avião P-47 Thunderbolt.

Nuvem – refere-se ao espaço aéreo como o “chão” dos aviadores.

Fumaça e estilhaços – simboliza a artilharia antiaérea inimiga.

Fundo vermelho – representa o sangue derramado pelos pilotos na Guerra.

Dístico “Senta a Púa!” – é o grito de guerra do 1º GAvCa.

Como surgiu a expressão Senta a Púa?

O grito de guerra “Senta a Púa!” foi sugerido pelo então Ten.-Av. Rui, o qual ouvira do então Cap.-Av. Firmino Alves de Araújo, na Base Aérea de Salvador. Era uma expressão nordestina que significava “manda ver” ou “mete bronca”. Com essa frase ele concitava os companheiros e subordinados a cumprirem rapidamente as missões e ordens que dele recebiam. Segundo Austregésilo de Athayde, também significa “lançar-se sobre o inimigo com decisão e vontade de aniquilá-lo”. Este grito ficou sendo, para a FAB, o equivalente ao “Tally-Ho!” britânico e ao “A la chasse!” dos franceses.

Gostou do post? Com ele, homenageamos a todos os apaixonados por aviação e também às Asas que protegem o País!

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