Illyushin IL-2 Sturmovik, o tanque voador

De design robusto, o soviético Illyushin IL-2 é um dos típicos exemplares soviéticos que merecem ser celebrados!

Escolhido como tema de uma das T-shirts da coleção H3, este veterano foi usado durante toda a Segunda Guerra Mundial, com alta eficiência no ataque direto, além de ostentar o recorde, até hoje, de ser a aeronave militar mais produzida de toda a história.

Durante a atuação no conflito, ficou conhecido nas linhas inimigas pelo apelido de “tanque voador”, pois devido a sua blindagem pesada, poderia suportar uma grande quantidade de fogo inimigo sem ser abatido. Ao todo, 42.330 inacreditáveis unidades do IL-2 foram produzidos pela ex-URSS, numa demanda incansável do exigente comando do governo Stalin.

O Illyushin IL-2 foi o primeiro dos três principais modelos do “Sturmovik”, a principal aeronave de ataque soviética durante a Segunda Guerra. Seu projeto teve início em 1938, tendo em vista as necessidades que se previam para aeronaves de ataque a partir da experiência adquirida na guerra civil espanhola. Seu primeiro voo bem sucedido ocorreu tão logo em outubro de 1939.

Entre as características distintas do IL-2 estava o cockpit blindado. O vidro traseiro tinha uma espessura de 65mm e a área lateral era constituída por placas de aço de 8mm. O armamento incluía duas metralhadoras e dois canhões ShVak de 20mm (embora desprezados por muitos pilotos, pois encravavam com facilidade).

Além disso, a capacidade de ataque do IL-2 também dependia do sistema de transporte e lançamento de foguetes RS-82, que permitia à aeronave lançar quatro foguetes de 82mm, com uma ogiva de 550gr. O alcance máximo dos foguetes era de 5.200m a 6.000m, embora a sua precisão fosse reduzida.

A produção em série do modelo começou em fevereiro de 1941, a poucos meses do início da guerra. Quando a Alemanha invadiu a ex-URSS, em junho do mesmo ano, as fábricas do Illyushin já haviam entregue 249 exemplares do IL-2. No entanto, a produção não era o bastante para Stalin. O então chefe de Estado ficou furioso e enviou o seguinte telegrama aos engenheiros-chefes:

“Nosso exército vermelho precisa do IL-2 como o ar que respira, como o pão que come. Shenkman produz um IL-2 por dia e Tretyakov constrói um ou dois MiG-3 diariamente. Isso é um escárnio para nosso país e para o Exército Vermelho. Peço que não testem a paciência do governo, e solicito que construam mais IL’s. Este é meu aviso final.”

Diante da pressão vinda do alto escalão, o resultado logo se apresentou: no primeiro ano da guerra foram fabricados 1.134 exemplares. Porém, as baixas em combate também foram consideráveis, com quase 70% dos Sturmovik perdidos. Assim, o ritmo de produção foi se tornando cada vez mais acelerado, chegando a atingir de 10 e 12 unidades por dia!

Em virtude disso, o IL-2 e o seu derivado IL-10, quando vistos em conjunto, representam o maior número de aeronaves de combate fabricadas da história. No entanto, este recorde esconde um outro menos brilhante, que é o do avião mais abatido da história.

Existem controversas sobre seu desempenho no campo de batalha. Há um relato de que um IL-2 em particular, após ter recebido mais de 600 tiros, retornou funcionando e com segurança, ainda que com todas as suas superfícies de comando marcadas. Mesmo com muitos furos em sua blindagem principal, houve poucos danos estruturais.

Porém, o “Tanque Voador” Sturmovik, embora descrito como um avião destinado a caçar tanques, quando analisadas as características dos canhões e metralhadoras que levava, era facilmente notável que não tinham capacidade para efetivamente desabilitar carros de combate médios ou pesados.

O seu maior efeito era, no entanto, de ordem psicológica sobre as tropas inimigas – pois, mesmo o avião não sendo tão eficiente na destruição de tanques, tinha, no entanto grande capacidade de ataque às forças de infantaria.

Acima de tudo, o Sturmovik tinha a possibilidade de atacar as colunas de abastecimento alemãs, equipadas com veículos não blindados de variados tipos, sendo esta a sua utilização mais eficiente.