O mistério do avião brasileiro que desapareceu em 1979

Via Megacurioso

Por serem eventos raros, o desaparecimento de aviões sempre levantam inúmeras suposições e muitas teorias fantasiosas que, é claro, rendem muito o que falar.

O acontecimento fatídico ocorrido no voo MH370 da companhia Malaysia Airways, por sua vez, trouxe à tona a memória de dezenas de outros casos que jamais foram solucionados. Inclusive, um dos desaparecimentos mais misteriosos de que se tem registro envolveu um avião brasileiro, há mais de três décadas.

varig voo cargueiroImagem: Reprodução Blogsport Brasil

 

No dia 30 de janeiro de 1979, o voo de carga 967, da extinta empresa VARIG, decolou em Tóquio, com escala nos EUA, e o Rio de Janeiro como destino final. O Boeing 707-323C deixou o aeroporto de Narita com 153 quadros do pintor nipo-brasileiro Manabu Mabe a bordo. As obras, que haviam sido expostas no Japão, eram avaliadas em cerca de US$ 1,24 milhão.

O comandante Gilberto Araújo da Silva, piloto condecorado pela companhia com mais de 25 anos de experiência, era o responsável pelo voo e contatou a torre de controle cerca de 20 minutos após a decolagem, para informar que tudo transcorria bem. Porém, o contato que deveria ter sido realizado uma hora mais tarde nunca aconteceu.

O avião da Varig simplesmente desapareceu dos radares, sem deixar vestígios, enquanto sobrevoava o Oceano Pacífico. Além do comandante, outras cinco pessoas faziam parte da tripulação do cargueiro:

Diversas equipes de busca, com apoio do governo japonês, foram enviadas sem que jamais encontrassem corpo, fuselagem, manchas de óleo ou quaisquer destroços que dessem alguma pista do que possa ter acontecido.

manabu mabe Avião levava obras do artista nipo-brasileiro Manabu Mabe | Imagem: Reprodução TV Cultura

 

Na época, a investigação foi encerrada com a conclusão  de que a aeronave havia caído no Oceano Pacífico, menos de 45 minutos após a decolagem, devido a uma despressurização da cabine.

Eles provavelmente teriam voado durante horas no piloto automático em velocidade de cruzeiro, até a aeronave ficar sem combustível e cair, em algum lugar aleatório e distante de onde as buscas foram conduzidas.

Apesar desta ser a conclusão oficial, diversas outras teorias – muito mais criativas – cogitaram explicar o sumiço do voo 967. Uma das principais hipóteses levantadas foi a de sequestro a mando de colecionadores de arte. Afinal, também nenhum dos quadros apareceu até hoje.

Além da sempre citada abdução da aeronave por extraterrestres, a culpa também sobrou para os soviéticos. Foi sugerido que o Boeing havia sido abatido pelos russos em pleno voo, por supostamente estar transportando (ou ter sido confundido com outro avião que estaria levando) um caça russo desmontado aos EUA.

jornal simplesJornal da época trouxe a notícia em destaque na capa | Imagem: Reprodução O Estado do Ceará

 

Para completar os mistérios acerca do voo, há um detalhe que torna tudo mais sinistro: o comandante Araújo se tornou um dos raros pilotos envolvidos em dois acidentes com vítimas fatais. Anos antes, ele havia sido o piloto do voo 707-323C, que deixou 123 mortos na França.

Em junho de 1973, um Boeing da Varig, que havia partido do Rio de Janeiro com destino a capital francesa, entrou em chamas minutos antes da aterrissagem no aeroporto de Orly. O motivo havia sido um cigarro aceso, jogado no lixo do banheiro do avião.

Para evitar que a aeronave caísse no meio da cidade e provocasse um estrago maior e com ainda mais vítimas, o piloto Araújo informou a torre de controle sobre a situação, mudou a rota e caiu sobre uma plantação de cebolas, nos subúrbios de Paris.

Os 116 passageiros e sete tripulantes foram mortos não pela queda do avião, mas queimados e intoxicados pela fumaça do incêndio. O comandante, que saiu sobrevivente deste fatídico desastre, chegou a ser condecorado como herói nacional na França. A partir de então, fumar durante os voos também se tornou proibido.

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