SCA: A História dos Ferry Flighters da NASA!

Quem olha pela primeira vez as imagens destes gigantes em plena operação pode até se assustar e pensar que é um truque de imagem, mas eles existiram de verdade. Os Shuttle Carrier Aircraft foram utilizados pela NASA no transporte de ônibus espaciais ao longo de três décadas. A dupla dinâmica era formada por um Boeing 747-100 (N905NA) e um 747-100SR (N911NA).

Em primeiro plano, o N905NA. Ao fundo, o N911NA.

Em primeiro plano, o N905NA. Ao fundo, o N911NA.

Os SCAs entraram em atividade para transportar os ônibus espaciais a partir dos seus locais de pouso de volta para o Shuttle Landing Facility, no Kennedy Space Center, e também para localizações muito distantes onde o transporte terrestre seria inviável.

À época, no início do projeto, a Boeing e a Lockheed ofereceram as maiores aeronaves de seus catálogos para desempenhar a função: o Boeing 747 e o Lockheed C-5 Galaxy, mas o 747 venceu por ter um design de asa baixa e pela possibilidade da NASA comprar os direitos de uso da aeronave.

O primeiro SCA a entrar em funcionamento foi o 747-100 de matrícula N905NA, originalmente fabricado para a American Airlines e adquirido pela NASA em 1974. Os primeiros experimentos foram realizados enquanto a aeronave ainda ostentava a pintura da companhia aérea.

O N905NA com a Enterprise em seu dorso, 1978.

O N905NA com a Enterprise em seu dorso, 1978.

Em 1976, o N905NA sofreu amplas modificações pela Boeing para começar a cumprir seu novo papel, em 1977, ainda no Dryden Flight Center Research. Entre as alterações, destacam-se o reforço da fuselagem, a aplicação de estabilizadores verticais na cauda, suporte para as shutters no dorso e aumento de potência nos motores. Um túnel de fuga chegou a ser criado, mas devido ao risco de acidentes, foi removido. Os primeiros voos-teste foram realizados em fevereiro daquele ano, com o ônibus espacial Enterprise. O primeiro deles você pode assistir abaixo:

Em 1983, a linha tricolor da American Airlines deu lugar à pintura da NASA: a simples fuselagem na cor branca com uma linha azul. Neste ano, o N905NA participou de uma “turnê” na Europa com a Enterprise em seu dorso, onde marcou presença no famoso Paris Air Show.

O N905NA em exposição no Paris Air Show, 1983.

O N905NA em exposição no Paris Air Show, 1983.

Até 20 de Novembro de 1990, o N905NA reinava absoluto até ganhar um companheiro: o 747-100SR de matrícula N911NA, que foi comprado pela Japan Airlines em 1989 e também passou pelas modificações realizadas pela Boeing. As duas aeronaves são funcionalmente idênticas, embora a N911NA tenha cinco janelas em cada lado no andar superior, enquanto a N905NA tem apenas duas.

À esquerda, o N911NA. À direita, o N905NA. As janelas superiores são a principal característica que difere uma aeronave da outra.

À esquerda, o N911NA. À direita, o N905NA. As janelas superiores são a principal característica que difere uma aeronave da outra.

Após mais de 30 anos em atividade e com o fim das missões espaciais, a dupla agora desfruta de uma merecida aposentadoria. O N911NA encerrou suas atividades em 8 de fevereiro de 2012 depois de sua última missão e agora é utilizado como fonte de peças de reposição para a Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy (SOFIA), da NASA. Já o N905NA foi utilizado pela última vez para entregar as sondas aposentadas aos seus respectivos museus e teria o mesmo destino de seu fiel escudeiro, mas os engenheiros da NASA chegaram à conclusão de que a aeronave teria pouca serventia como provedora de peças. Agora ela está preservada e um projeto que a deixará em exposição no Centro Espacial de Houston está em andamento.

O N905NA em uma de suas últimas missões, sobrevoando a cidade de Nova York.

O N905NA em uma de suas últimas missões, sobrevoando a cidade de Nova York.

Fonte: NASA http://www.nasa.gov/externalflash/shuttlecarrier/

 

 

 

 

 

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