Meteorologia aplicada: os movimentos da Terra e as estações do ano

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Figura 1 – Sol da meia-noite observado de NordkappNoruega

Já são perceptíveis as temperaturas mais amenas, sobretudo para as pessoas que vivem nas regiões Sul e Sudeste do país. O calor escaldante já está na cauda, e na proa se aproxima o inverno. As temperaturas variam, principalmente pela posição que a Terra ocupa em seu movimento pelo espaço.

Sabemos que a Terra pertence ao Sistema Solar, cujo centro é o Sol – em torno do qual giram os planetas do seu sistema, todos iluminados. Nessa trajetória, é possível distinguir os movimentos que, em seu conjunto, definem as estações do ano e as variações nas faixas de temperatura.

A Rotação é o movimento executado em torno do seu próprio eixo polar, de oeste (w) para leste (e), em 24 horas em média. A velocidade máxima de rotação é sobre o Equador, alcançando 1.666 km/h. É o movimento responsável pelo dia e pela noite, com o aquecimento diurno e o resfriamento noturno como consequência.

A Revolução ou Translação é o movimento executado pela Terra ao redor do Sol, numa órbita elíptica – quase circular – de velocidade média de 106.500 km/h. É responsável, junto com a inclinação do eixo N/S da Terra, pelas estações do ano. Essa inclinação é conhecida como Eclítica, e é o plano formado pelo movimento da revolução ou plano de órbita. O eixo N/S da Terra apresenta inclinação em relação à eclítica, fazendo com que o plano do Equador forme uma declinação constante de 23°27’ com este plano.

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Figura 2 – Eclítica Terrestre

O movimento de revolução da Terra ao longo de uma órbita elíptica faz com que ela se situe, periodicamente, mais perto do Sol num dado ponto desta órbita (periélio) e mais afastada dela, num ponto oposto (afélio). Estes dois pontos, periélio e afélio, se situam na intersecção da órbita com o eixo da maior elipse, no mesmo alinhamento com o Sol, e recebem o nome genérico de solstícios. Neles, ocorre a maior diferença entre o dia e a noite. No ponto médio deste trânsito entre os solstícios, a Terra se encontrará nos equinócios, equidistantes do Sol e apresentando igual duração entre dia e noite.

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Figura 3 – Movimentos da Terra

Agora, portanto, já é notável que, neste momento do ano, estamos sobre o Equinócio Primaveril (ou Vernal), inaugurando o outono no hemisfério Sul e Primavera no hemisfério Norte. Com a Terra no periélio, o Sol incide sobre o paralelo 23°27’S (Trópico de Capricórnio no Hemisfério Sul), ao mesmo tempo, tangenciando o paralelo 66°33’N (Círculo Polar Ártico no Hemisfério Norte). Cada ponto situado entre esse círculo e o Polo Ártico terá um dia de escuridão total, até chegar ao polo onde haverá seis meses de escuridão completa (noite polar). É o verão do hemisfério Sul e o inverno do Hemisfério Norte. O polo Antártico terá seis meses de luz solar contínua, com o Sol sempre acima do horizonte (dia polar).

Fonte: João Baptista Sonnemaker. Meteorologia PP/PC/IFR/PLA. ASA, 2012.

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