Ele é aerodinâmico, tem uma cabine e a capacidade de carregar confortavelmente um tripulante. Em uma primeira olhada, o EHang 184 lembra em muito a figura de um helicóptero, mas não o é. A aeronave não tem cauda e, em vez de um rotor, tem quatro pares de hélices (uma em cada extremidade) que cuidam do voo. Não conseguiu identificar ainda sobre o que se refere? Pois é, se trata de um drone!
Em janeiro deste ano, a companhia chinesa EHang aproveitou a realização da CES 2016, a maior feira de eletrônicos do mundo, para anunciar o modelo EHang 184 como o primeiro drone do mundo capaz de transportar uma pessoa e uma bagagem pequena. Ou seja: se antes estes dispositivos serviam para filmagens, monitoramento de áreas de preservação ambiental ou mesmo para o delivery de encomendas, parece que em pouco tempo também começarão a transformar o mercado da aviação civil.
Apesar das aparências e, embora a empresa desenvolvedora prefira se referir ao equipamento como um “veículo aéreo autônomo pessoal“, o EHang 184 é mesmo um drone. Isso considerando que o nome é a definição popular dada a todo veículo aéreo não tripulado (VANT) – ou seja, a praticamente qualquer aeronave que não precise ter um piloto dentro dela. Nele, de fato, o usuário só teria acesso a controles para iniciar a decolagem e a aterrissagem.
O princípio geral do EHang 184 é de que o passageiro entre na aeronave e informe qual é o seu destino em um painel acoplado à cabine. A partir daí, o EHang 184 voa sozinho. Aliás, sua configuração permite que seja decolado e pousado na vertical sem dificuldades. Em teoria, a aeronave pode atingir 500 metros de altura e se movimentar a cerca de 100 km/h. Mas, como nem tudo é sempre ideal, sua bateria tem autonomia suficiente para executar um voo de no máximo 23 minutos.
Ao se levar em consideração o seu peso, essa até não chega a ser uma estimativa ruim: ele tem 200 quilos e, com a carga (passageiro e bagagem), pode levar até 100 quilos. Mas, de fato, o 184 não foi idealizado para o transporte com cobertura a grandes distâncias. Sua proposta é ser usado para interligar vários pontos pré-determinados, podendo servir como uma alternativa à mobilidade urbana em áreas que sofrem com o trânsito intenso de carros, por exemplo.
Contudo, ainda não é prudente criar grandes expectativas em relação a voá-lo no dia a dia tão cedo. Ainda não há previsão para o lançamento comercial do protótipo. A empresa afirma apenas que já está em negociação com a Administração Federal de Aviação americana (FAA) para testar o EHang 184 nos EUA e lançá-lo por lá. As estimativas colocam que o preço de cada unidade deverá ficar entre US$ 200 mil e US$ 300 mil.
Assista a uma demonstração:
Embora o projeto esteja em fase avançada de desenvolvimento, um drone com tamanha proposta ainda pode levar anos para vingar. Se as leis (ou a falta delas) em cada país já dificultam testes com drones menores, imagine em relação a um equipamento desse porte e cujo propósito é o de transportar pessoas! Para que se torne viável, será necessário antes a determinação de uma legislação específica para o tráfego dessas aeronaves, assim como de um sistema avançado de prevenção a acidentes.
A segurança em voo, no entanto, não está sendo considerada como problema. A empresa afirma que ele tem tudo para ser mais seguro do que um carro. Segundo a companhia chinesa, o 184 conta com vários dispositivos de segurança, incluindo uma central de controle para pouso de emergência e sensores que ajudam a aeronave a desviar de obstáculos, tais como prédios, árvores, postes, outros drones, etc. A EHang afirma já ter realizado mais de 100 voos de sucesso com a aeronave (inclusive, com passageiro dentro) em uma área de bosque, mas é preciso realizar testes em outros ambientes.
E você, o que acha da ideia? Teria a curiosidade de voar em um drone? Conte para nós nos comentários!
Imagens: Reprodução
Via Tecnoblog