Conforme trouxemos na primeira parte deste post, a cauda de um avião é constituída por superfícies aerodinâmicas chamadas empenagens, que têm por função fazer o ajuste, dar a estabilidade e prestar controle sobre a aeronave. Já falamos a respeito das diversas configurações que aliam o design diferenciado a diferentes razões práticas, mas ainda tem mais!
Bastante parecida com a cauda em Y, a cauda em V têm o ângulo de diedro reduzido. A diferença principal está na terceira superfície, que contém o leme, enquanto a V só possui controle de arfagem. Este arranjo evita a complexidade dos ruddervators, enquanto reduzem o arrasto induzido em relação à cauda convencional.
Também existem Y invertidos, com a finalidade de tirar a superfície horizontal do rastro das asas em altos ângulos de ataque. O modelo evita o problema de rolagem negativa e ainda cria um efeito de comando positivo. O V invertido ainda reduz tendências de parafuso – porém, pode criar dificuldades de pouso.
McDonnell Douglas F-4 Phantom com cauda disposta em “V” invertido
Já a cauda em H é usada para posicionar as empenagens verticais em uma área de menor distúrbio do fluxo de ar em altos ângulos de ataque, ou manter os lemes na direção do fluxo em aviões multimotores, a fim de aumentar o controle sobre a aeronave quando com os motores desligados.
Outra vantagem é que o tamanho da empenagem vertical é dividido entre as duas derivas posicionadas nas extremidades do estabilizador, reduzindo assim a altura da aeronave, como é o caso do Fairchild A10 Thunderbolt.
Fairchild A10 Thunderbolt e sua disposição de cauda em “H”
Por sua vez, a chamada empenagem de cauda dupla é capaz de manter os lemes fora da linha de centro do avião – e que, eventualmente, poderiam estar anulados pela asa ou pela fuselagem frontal em altos ângulos de ataque. Também é utilizada como truque para reduzir o peso em relação à cauda convencional.
Assim como as aeronaves de cauda tripla, permitem inclusive melhores acomodações nos hangares, distribuindo o efeito aerodinâmico esperado pela divisão de sua área alar.
LockheedConstellation com disposição de cauda tripla.
Por fim, a cauda bifurcada é formada por duas lanças unidas pela empenagem horizontal e, apesar do visual conflitante, atende às exigências aerodinâmicas de estabilidade da aeronave. Um exemplo clássico é o Lockheed P38- Lightning.
Lockheed P38- Lightning com disposição de cauda bifurcada.
Saiba mais informações sobre as caudas das aeronaves na Parte 1!
Imagens: Reprodução
Via “Teoria de Voo” (Ramón Eduardo Pereira Lima, 2013).