O que são Correntes de Jato e como elas funcionam

As correntes de jato, ou simplesmente jatos (Jet Streams em inglês), são correntes de ar que ocorrem na atmosfera de alguns planetas, incluindo a Terra. Por aqui, estas poderosas correntes foram descobertas em incursões aéreas durante a Segunda Guerra Mundial. Perto do fim da guerra, os japoneses conceberam balões bomba, armas que se deslocavam a partir destas correntes, lançadas sobre o Oceano Pacífico para a costa oeste do Canadá e Estados Unidos. Apesar de ineficientes enquanto instrumentos de ataque foram usados em um dos poucos ataques à América do Norte durante a Segunda Grande Guerra Mundial, causando seis mortes e ligeiros danos materiais.

correntes-de-jato-como-funciona-blog-hangar-33 (2)Com as “Fusen Bakudan”, os japoneses intencionavam atacar a América do Norte usando as Correntes de Jato para transportar os balões carregados de bombas numa época onde misseis continentais ainda não existiam. Estima-se que o país tenha lançado ao todo cerca de 9.300 balões, sendo menos de 10% àqueles que obtiveram êxito.

Saiba como funcionam as Correntes de Jato

As principais localizam-se perto da tropopausa, camada da atmosfera localizada logo acima da troposfera. Os jatos mais poderosos são os jatos polares, que ocorrem em torno dos 7 aos 12 km acima do nível do mar, entre as latitudes 40°-70° e os jatos subtropicais, que fluem por volta dos 10 aos 16 km entre as latitudes 20° e 30° de cada hemisfério. Cada um dos hemisférios (Norte e Sul) possui tanto um jato polar como um jato subtropical. Na terra, estas correntes são provocadas pela combinação da rotação do planeta sobre o seu eixo e o aquecimento da atmosfera.

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Fenômeno é referência para a meteorologia

Os meteorologistas utilizam dados fornecidos pela localização de algumas correntes de jato como referência para a previsão do tempo. A velocidade do vento pode variar, dependendo da gradiente de temperatura, que facilmente excede os 90 km/h. Alguns registros, porém, apontam para ventos acima dos 400 quilômetros por hora! Hoje em dia, os meteorologistas assumem que o percurso das correntes de jato são responsáveis pelos sistemas ciclônicos de tempestades nos níveis baixos da atmosfera, e o conhecimento daí adquirido tornou-se uma parte importante da previsão do tempo. Um exemplo foi no ano de 2007, quando a Alemanha foi vítima de graves inundações como resultado do jato polar que se estabilizou em latitudes meridionais durante o verão.

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Correntes de jato ajudam na aviação comercial

A destacada importância comercial dessas correntes ocorre no tráfego aéreo de grandes aeronaves, onde a economia de tempo e combustível pode ser oportunamente afetada por qualquer um que voa a favor do fluxo destas correntes. Em 18 de novembro de 1952, a Pan Am (Pan American World Airways) cruzava os céus de Tóquio para Honolulu no FL 250 (7600 metros). Foi quando se percebeu uma redução substancial do tempo de viagem em cerca de um terço, de 18 para 11,5 horas!

Não somente reduziu o tempo de voo necessário ao cumprimento de cada viagem, como também permitiu economizar dólares preciosos na conta do combustível. Na América do Norte, o tempo necessário para voar a leste através do continente pode ser restringido em 30 minutos, caso uma aeronave voe favorecida pela corrente de jato, ou pelo contrário, aumentar mais do que o normal caso este se desloque contra o fluxo.

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A turbulência de ar claro (CAT – Clear Air Turbulence) é muitas vezes encontrada nas imediações de uma corrente de jato, porém não motiva qualquer alteração substancial no tempo de um voo. Causado pelo gradiente de vento vertical e horizontal relacionado com as correntes de jato, a CAT é mais forte na banda de ar frio do jato, próximo ou logo abaixo do jato. Em condições extremas, esta turbulência constitui grave ameaça à segurança dos passageiros em voo, como foi o caso da morte de um passageiro na United Airlines no voo 826, ocorrido em 1997. Para o bem ou para o mal, as forças da natureza são sempre reveladas, lembrando-nos a respeito de nossa condição através de suas belas assinaturas, neste caso, feita com o vento.

Texto adaptado. Via: National Geographic, O Mundo Variável e Wikipedia

Imagens: Reprodução

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