Pilotos brasileiros se preparam para voar o Gripen

Os capitães da Aeronáutica Gustavo de Oliveira Pascotto, de 33 anos, e Ramon Santos Fórneas, de 32 anos, foram aprovados no chamado “teste da centrífuga”, aguentando nove vezes a força da gravidade por 15 segundos.

Os dois pilotos brasileiros estão na Suécia para aprender a voar com o caça supersônico Gripen, a nova aeronave de combate do Brasil e a é uma exigência para que possam adaptar o corpo ao caça de alta performance.

gripenImagem: Reprodução Poder Aereo

Visto que atinge mais de duas vezes a velocidade do som, a aeronave pode fazer manobras que exigem maior pressão da força da gravidade sobre o corpo do piloto, sendo o treinamento fundamental para evitar desmaios durante o voo.  O fato do piloto suportar nove vezes a força da gravidade significa que ele passa a sentir, em certas manobras, a pressão de nove vezes o seu peso sobre seu corpo.

A aprovação no teste permitiu que os oficiais pilotassem o jato na base da Aeronáutica sueca em Satenas, conhecida como “F7 wing”, a escola dos pilotos de Gripen. Fórneas e Pascotto foram escolhidos, entre mais de 100 pilotos de caça brasileiros, os primeiros da Força Aérea Brasileira (FAB) que aprenderão a pilotar a aeronave. Deverão retornar ao Brasil em abril de 2015, após seis meses de treinamento, para servirem de instrutores.

O contrato assinado com a indústria sueca Saab prevê a aquisição de 36 jatos, 28 deles da versão E (de um assento) e 8 da versão F (de dois assentos, para treinamento), que ainda estão em desenvolvimento e serão construídos de forma conjunta pelos dois países.  A previsão é que as aeronaves cheguem ao país entre 2019 e 2025.

gripen2Imagem: Reprodução G1

Segundo o capitão Fórneas, a centrífuga é um simulador dinâmico semelhante à cabine de pilotagem (cockpit) do avião. O Brasil não possui este equipamento e foi a primeira vez que pilotos nacionais passaram pelo exame. A finalidade é que ele sirva como parâmetro de preparação para a introdução de uma nova aeronave no Brasil.

Ela prevê a pressão que a força da gravidade faz sobre o corpo humano em altitudes maiores. As sensações do piloto são monitoradas por médicos e engenheiros do lado externo da centrífuga em uma tela de computador.

A medida em que a gravidade aumenta, o piloto perde a visão periférica e a visão das cores, podendo levar até à perda total da visão e da consciência em voo. O exame no equipamento é necessário porque permite condicionar o piloto a reagir de maneira adequada diante da atuação da força da gravidade.

O treinamento é essencial, principalmente, para que os oficiais não desmaiem durante o voo, situação chamada na fisiologia aeroespacial de G-loc, quando alta força da gravidade induz a perda de consciência do piloto, podendo levar à queda do avião. O aumento da força da gravidade ocorre na aviação de caça quando se aumenta a altitude e durante manobras rápidas entre 90 e 180 graus, em que há uma força maior sobre o corpo humano.

gripen1Imagem: Reprodução G1

Antes do teste, os pilotos brasileiros tiveram aulas teóricas e passaram por vários exames que verificaram que estavam aptos para a centrífuga.

Eles aprenderam ainda técnicas corretas de respiração para suportar a força da gravidade e fizeram treinamento para utilizar a musculatura adequadamente durante o voo. Isso permite a correta oxigenação do cérebro e evita a perda de consciência.

Assista ao vídeo do teste dos pilotos brasileiros no simulador do caça Gripen:

Via G1

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