Via Aeromagia
No atual cenário da aviação, a automação está cada vez mais presente e a formação de pilotos está sendo focada na operação de sistemas eletrônicos modernos, como piloto automático, instrumentação glass-cockpit, entre outros. Muitas vezes, até mesmo o treinamento de voo real é deixado de lado e substituído por simuladores.
Dentro desse contexto, as autoridades aeronáuticas vêm demonstrando grande preocupação com a perda da habilidade técnica dos pilotos. Inúmeras estatísticas, em níveis internacionais, indicam que a perda de controle em voo vem se tornando o maior fator contribuinte para acidentes e outras falhas na aviação comercial.
Imagem: Reprodução Aeromagia
De acordo com um guia de treinamento emitido pela autoridade aeronáutica americana Federal Aviation Administration (FAA), a maioria dos casos de atitudes “anormais” de aeronaves é induzida pelo piloto, muitas vezes ao forçar o avião a voar sem energia e pela incorreta aplicação de comandos.
Vale destacar que uma aeronave é tida em atitude “anormal” quando certos parâmetros da máquina são excedidos, sem haver a intenção.
Também são consideradas as situações em que a aeronave não está fazendo o que lhe é comandado e está se aproximando de um dos parâmetros de Pitch maior que 25° positivos ou Pitch maior que 10° negativos; inclinação das asas maior que 45°; ou ainda velocidade inapropriada para as condições de voo.
É claro que mudanças abruptas na atitude de voo da aeronave podem ser causadas por diversos fatores, incluindo condições meteorológicas. Porém, se não corrigidas a tempo, podem sempre evoluir para um acidente. É necessária uma resposta rápida e, ao mesmo tempo, exigem do piloto precisão para não ultrapassar os limites da aeronave.
Testes evidenciaram que em situações de emergência e quando há excesso do fator G, dificilmente um piloto civil consegue recuperar a aeronave – a não ser que fosse um piloto militar ou acrobático. Por isso, o treinamento de atitudes anormais é um treinamento que todo piloto deveria ter. É como o treinamento de voo por instrumento – faz um melhor piloto, não importa o que se voe ou em qual condição se encontre.
A inserção da acrobacia aérea na formação inicial de pilotos de linha aérea comercial desenvolveria no piloto a capacidade de resposta rápida e precisa a mudanças de atitude de voo. Além disso, o profissional estaria também acostumado a atitudes anormais e fisiologicamente preparado para tais, evitando a desorientação no caso de situações adversas.