Destinado ao treinamento primário de pilotos,  Muniz M-7 foi o primeiro modelo fabricado em série no Brasil. Em 1934, o major do Exército Guedes Muniz decidiu projetar uma aeronave de dois lugares para treinamento: um monomotor com estrutura de madeira.

A ideia foi concebida para atender a demanda do país nas questões de treinamento primário e, dessa forma, a sua performance aerodinâmica foi sacrificada em vista da necessidade de maior robustez estrutural.

Imagem: Reprodução Canal Piloto

Com design clássico, o Muniz M-7 pesava cerca de 860 kg e tinha 7,24 metros de comprimento por nove metros de envergadura.  O avião contava com um motor inglês Gipsy Major, de 130 cavalos de força. Voava a uma velocidade de cruzeiro de 150 km/h, atingindo uma velocidade máxima de 190 km/h, com alcance de 450km e teto de 4 mil metros.

Com bom rendimento e grande resistência, especialmente no pouso, o modelo foi primeiramente ensaiado em túnel aerodinâmico, na França, e teve seu protótipo construído no Campo dos Afonsos. A produção teve sequência na Fábrica Brasileira de Aviões, na Ilha do Viana, no Rio de Janeiro (RJ).

Durante a construção, Guedes Muniz pôde testar várias de suas ideias sobre a produção seriada de aviões no Brasil. Muitos itens, utilizados nos protótipos e mesmo nos modelos produzidos em série, passaram a ser fabricados pela indústria nacional.

A Escola de Aviação Militar, que funcionava no Campo dos Afonsos, utilizou 11 aviões M-7 de um total de 28 produzidos entre 1937 e 1941, ficando os outros 17 para aeroclubes. O exemplar se encontra ainda hoje em exposição na instituição, número de matrícula “13”, foi fabricado em 1938 e voou em aeroclubes sob a matrícula “PP-TEN”, de 1941 à 1967.

Via Canal Piloto