Dimitri Sensaud de Lavaud, o primeiro voador do Brasil

Ao pensar em aviação brasileira, o primeiro nome que nos ocorre é de Alberto Santos Dumont. O chamado “Pai da Aviação”, como é conhecido, trouxe orgulho ao seu país de origem ao conquistar os ares. Primeiro com seus balões, depois com os primeiros aeroplanos, entre o final do século 19 e o início do século 20.

Porém todos os seus sucessos aconteceram fora do Brasil. Para todos os efeitos, são conquistas internacionais. Então, como começou de fato a aviação brasileira?

Ironicamente, pelas mãos de um francês radicado no Brasil: Dimitri Sensaud de Lavaud. Ao final do século 19, ele veio morar em Osasco, então uma modesta vila da capital paulista. Trazido pelo pai, que vinha ao país motivado por oportunidades de negócios, o jovem engenheiro e autodidata decidiu construir o que viria a ser o primeiro avião legitimamente brasileiro.

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Com o aeroplano nomeado “São Paulo”, Dimitri faria o primeiro voo registrado da América Latina, em 7 de janeiro de 1910. Na ocasião, seu feito foi amplamente divulgado pela imprensa, tornando-o famoso. Porém, com o passar dos anos, sua história foi esquecida.

Mais do que um aviador, Dimitri foi um grande inventor e um personagem importante do século 20. Com mais de mil patentes registradas, ele revolucionou o modo de produção de inúmeros produtos, indo desde a indústria automobilística até a de tubos plásticos – passando, é claro, pela fabricação de aeroplanos.

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Preso pela Alemanha nazista na 2ª Guerra Mundial, acabou acusado de colaborar com o regime de Hitler. Mesmo inocentado, Dimitri nunca mais recuperou a alegria de viver. Deprimido e empobrecido, morreu prematuramente em 1947, deixando um mundo que ele ajudou a transformar.

Para saber mais sobre sua história, vale a pena conferir detalhes e ilustrações no livro “1910: O Primeiro Voo do Brasil”. Assista também a um breve documentário em vídeo, lançado em 1994:

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