Auguste Louis Blériot (1872 – 1936) é considerado um dos mais importantes pioneiros da aviação na França. Foi graças a ele que ficou demonstrada a utilidade do avião como instrumento militar, após ter realizado a Travessia do Canal da Mancha, em 1909.
Após seu pouso bem sucedido na Inglaterra, feito com seu aeroplano Blériot XI, o avião ganhou o status de aparelho com o potencial suficiente para transformar as relações entre países.
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Engenheiro e bem sucedido empresário da indústria automobilística, em 1903, aos 30 anos, Louis Blériot decidiu se dedicar exclusivamente ao ramo da aeronáutica. Era um entusiasta autodidata no assunto: já em 1900 havia projetado seu próprio avião e aprendido a voar sozinho. Seu primeiro projeto havia sido um ornitóptero, um tipo de avião que tenta imitar o voo dos pássaros, movimentando asas para alçar voo.
Suas investidas no ramo tiveram início de verdade a partir de 1903, com a criação da Companhia Blériot-Voisin, em sociedade com Gabriel Voisin, empresa que se tornou responsável pelo desenvolvimento dos mais famosos modelos de aviões do início da aviação.
Em 1906, construiu o Blériot IV, um biplano muito mais elaborado que, apesar disso, não conseguiu ser bem sucedido no voo. Porém, dois anos mais tarde, foi adotada uma cauda no Blériot VIII, um modelo de meia tonelada de peso e um motor de 40 cavalos, que em outubro do mesmo ano conseguiu percorrer de forma ininterrupta o trajeto entre as localidades francesas de Toury e Artenay, por cerca de 14 km.
Louis Blériot e sua esposa Alice, na travessia do Canal da Mancha, em 25/07/1909 | Imagem: Reprodução
Foi deste êxito que se derivou o famoso Blériot XI, um monoplano de 28 cavalos com o qual, em 25 de julho de 1909, o inventor realizou o voo com motor que o converteu no primeiro homem a atravessar o canal da Mancha a bordo de um avião autopropulsado. A façanha, cujo relato percorreu o mundo, lhe rendeu o prêmio de mil libras, outorgado por um jornal britânico.
Guilherme II, à época Imperador da Alemanha, fez uma declaração sobre este acontecimento que se tornou famosa na época: “A Inglaterra não é mais uma ilha”. Também Santos Dumont parabenizou Blériot pelo feito: “Esta transformação da geografia é uma vitória da navegação aérea sobre a navegação marítima. Um dia, talvez, graças a você, o avião atravessará o Atlântico”.
Nos anos da Primeira Guerra Mundial, Blériot e sua equipe fabricaram cerca de 10 mil aviões militares para os aliados. Desta forma, contribuiu sobremaneira para o esforço bélico francês, primeiro através de protótipos baseados em seus próprios desenhos, e posteriormente em colaboração com a fábrica de aeroplanos Spad, cujos modelos foram grandes protagonistas dos combates aéreos.
Bleriot e o Spad.46 | Imagem: Reprodução
Finalizado o conflito, fundou sua própria companhia de aviação e realizou inúmeras contribuições à aviação civil. Em sua homenagem, há até mesmo um asteróide com a sua designação: 11248 Blériot.
Via Blog do Vinna
