Foram nos tempos da guerra que os aviões deixaram de ser protótipos para se tornarem máquinas voadoras robustas, prontas para desafiarem os limites dos céus. A Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918, foi a pioneira no uso da tecnologia aeronáutica como um diferencial estratégico, forjando inesquecíveis personalidades e aeronaves apaixonantes.
Entre os grandes modelos que se destacaram no embate, declaramos nosso fascínio pelo SPAD S.XII, de origem francesa, que inspira uma das estampas da nossa coleção de T-Shirts.
O SPAD S.XII ou SPAD 12 era monoposto de combate desenvolvido por Louis Béchereau, designer-chefe do Société Pour L’Aviation et ses deriva (SPAD). Foi inspirado pelas ideias do Ás francês Georges Guynemer, que propôs um avião monoposto manobrável capaz de transportar um canhão de 37 milímetros – uma arma até então prevista somente a aeronaves de dois lugares.
Béchereau tomou seu próprio projeto do SPAD 7 como ponto de partida, mas as mudanças incorporadas ao SPAD 12 o fizeram um avião único, totalmente diferente. A arma escolhida para o modelo acabou sendo o inédito canhão Semi Automatique Moteur Canon (SAMC), de 37 milímetros, para 12 tiros. Em algumas versões, também levava uma metralhadora Vickers montada a estibordo do nariz.
O modelo era reconhecido pelo seu design de asa “cambaleante”, com as extremidades arredondadas. Para acomodar o pesado canhão, a fuselagem foi alongada, assim como a área da envergadura teve de ser ampliada. Devido aos seus 587 kg, comparado aos 500 kg do inicial SPAD 7, o motor Hispano-Suiza 8 de 180 bhp teve de ser substituído pelo de 220 bhp, dando ao SPAD 12 uma rotação horária à sua hélice.
Conduzido por Guynemer, os testes preliminares do modelo foram altamente bem-sucedidos, após a solução dos problemas iniciais com a engrenagem de redução entre o motor e a hélice. No entanto, o projeto foi pouco aproveitado.
A maior parte dos combatentes considerou a aeronave de difícil manejo: o canhão era pouco prático para mirar e atirar, além da sua recarga manual ser demasiadamente complicada. O cockpit também era invadido por fumaça a cada disparo, atrapalhando a visão do piloto em voo.
Em vista das dificuldades, a execução do SPAD 13 foi tomada como prioridade. Mesmo a modesta série inicial de 300 unidades do SPAD 12 ordenadas à produção, não chegou a ser concluída. Acredita-se que apenas 20 exemplares chegaram a ser finalizados. Ainda assim, Georges Guynemer e René Fonck consagraram várias vitórias enquanto pilotavam um SPAD 12.
Comandante francês Rene Fonck, que venceu 11 das suas 75 vitórias em combate com um Spad 12
Ficha técnica:
Tipo: Combate
Lançamento: 1916
Motor: 1 x 8C “Hispano-Suiza”, de 200 cv
Envergadura: 8,00 m
Comprimento: 6,40 m
Peso: 587 kg/883 kg
Max. Velocidade: 203 kmh
Teto: 6850 m
Tripulação: 1
Armamento: 1 x 37 milímetros canhão (1 x .303 metralhadora, em algumas versões)
