O windshear, também conhecido como “Tesoura de Vento”, é uma corrente de ar descendente violenta, que apresenta ventos divergentes após tocar o solo. Há, no entanto, dois tipos do fenômeno: secos e molhados, passando por três fases em seu ciclo de vida: downburst, explosão e fases de amortecimento.
Imagem: Reprodução About Flight
A escala e a rapidez com que o fenômeno ocorre se constitui um grande perigo para as aeronaves em voo. Isto se deve ao baixo nível de “cisalhamento” (tesoura) do vento, causado pela sua frente de rajada, com um amplo histórico de acidentes envolvendo vítimas fatais nas aproximações, durante a fase final do voo – justamente pelo fenômeno acontecer em baixas altitudes.
Dados da Flight Safety Foundation revelam que, entre 1943 e 2009, as tesouras de vento estiveram associadas a pelo menos 70 acidentes aeronáuticos na aviação mundial, causando um total de 1.573 fatalidades. Apesar de durarem apenas poucos segundos, suas consequências se mostram fatais. Ou seja: as Tesouras de Vento são realmente muito perigosas.
Geralmente, quando submetido a uma tesoura de vento em uma aproximação, o principal erro de um piloto costuma ser o de julgamento no ponto em que passa a reduzir a potência dos motores, uma vez que é enganado pelas indicações da Velocidade Indicada (VI).
Após esta redução, a aeronave permanecerá mais tempo no centro da windshear e receberá ventos não mais de proa – e sim verticais, de cima para baixo, o que torna a aproximação crítica com perda de altitude e sustentação, agravando os fatos. A sequência é finalizada com rajadas fortíssimas vento de cauda, que acabam por impedir qualquer procedimento de pouso.
Veja em vídeo:
No Brasil, as torres de controle dos principais aeroportos são instruídas a computarem todos os reportes de Tesouras de Vento que ocorram, desde a superfície até 2.000 pés (600 metros) de altura. Também as aeronaves mais modernas já contam com um sistema de EGPWS que possui uma função de prever o fenômeno (Predictive Windshear).
Contudo, é possível evitar os windshears, principalmente através de consultas aos boletins meteorológicos antes do voo (TAF/METAR). Cabe ao piloto verificar, de modo criterioso, todos os fatores meteorológicos relacionados antes de efetuar pouso ou decolagem em situações potencialmente perigosas, devido à possibilidade de ocorrência do fenômeno.
Em termos práticos, as informações mais atualizadas que podem ser obtidas sobre a Tesoura de Vento são provenientes de outros pilotos que, rotineiramente, reportam tais ocorrências aos órgãos que prestam os serviços de tráfego aéreo.
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