Via Revista Eletrônica Aerodesign Magazine
Em homenagem a este 8 de março, Dia Internacional da Mulher, lembramos com orgulho da trajetória de Ada Rogato, uma das pioneiras da aviação no Brasil!
Considerada destemida para a época, foi a primeira mulher a obter licença como pára-quedista, a primeira a pilotar um planador e também a possuir o brevê em avião do governo. Sua fama nacional e internacional cresceu a partir da década de 1950, graças à ousadia cada vez maior de suas proezas.
Ao contrário de outras famosas aviadoras, voou sempre sozinha. Ela também se destacou por suas acrobacias aéreas e foi a primeira piloto agrícola do país, voando em aeronaves de pequeno porte.
Imagem: Reprodução MV Experience
Nascida em São Paulo em 1910, Ada recebeu dos pais, os imigrantes italianos Maria Rosa e Guglielmo Rogato, a mesma educação dada à maioria das moças da época. Além do colégio, frequentou aulas de piano e pintura. Mas sua ambição, desde pequena, era aprender a voar. Ela não abandonou sua meta mesmo diante de dificuldades financeiras, ocasionada pela separação dos pais.
Fazendo trabalhos artesanais para se sustentar, conseguiu juntar dinheiro suficiente para as aulas, que lhe possibilitaram tirar em 1935 o primeiro brevê feminino de voo à vela. No ano seguinte, foi dela a primeira licença concedida a uma mulher pelo Aeroclube de São Paulo para pilotar avião. Já um curso de pára-quedismo feito no Campo de Marte, em 1941, lhe garantiu o primeiro certificado de pára-quedista concedido a uma brasileira.
Imagem: Reprodução Portal Guarani
Quando o pára-quedismo como atividade esportiva começava a ganhar seus primeiros adeptos no Brasil, a audaciosa Ada se tornou campeã da modalidade (brasileira em 1943 e paulista em 1948), ano em que também iniciou suas atividades como piloto agrícola. Em 1950, aproveitou seu reide por quatro países sul-americanos para fazer demonstrações em pára-quedas, tornando-se a primeira mulher a saltar no Paraguai e no Chile.
Discreta e persistente no preparo de seus vôos, Ada agia da mesma forma em sua vida privada. Solteira e sem filhos, trabalhava para viver e se aposentou como funcionária pública estadual.
Na década de 1950, chegou a atuar como jornalista, sendo redatora de aviação da “Revista dos Aviadores” e também da “Magazine Velocidade”. Ao fim da carreira, ainda se tornou curadora do atual Museu da TAM, de São Paulo.
Imagem: Reprodução Jornal do Ar
Seu jeito modesto, no entanto, não a impediu de merecer da imprensa nacional inúmeros títulos por suas realizações, tais como “Milionária do Ar”, “Águia Paulista”, “Rainha dos Céus do Brasil” e “Gaivota Solitária”. Em terras estrangeiras, ganhou o apelido de “Condor dos Andes”, dado pela revista chilena Margarita.
Entre centenas de troféus e condecorações, Ada foi a primeira aviadora a receber no Brasil a Comenda Nacional do Mérito Aeronáutico, no grau de Cavaleiro, e ainda as Asas da Força Aérea Brasileira e o título de Piloto Honoris Causa da FAB.
Conheça alguns dos feitos de Ada Rogato:
- Maior recordista de vôos solitários sobre o Brasil e as três Américas, da Terra do Fogo ao Alasca.
- Primeira mulher a pousar com seu pequeno avião no aeroporto mais alto do mundo (El Alto, na Bolívia).
- Primeira piloto a cruzar, em voo solitário, a Amazônia.
- Primeira piloto a pousar em Brasília, quando a capital brasileira ainda estava em construção.
- Fez 213 voos de patrulhamento no litoral paulista, durante a 2ª Guerra Mundial.
- Realizou mais de 100 saltos de paraquedas (de aviões e helicópteros), incluindo saltos noturnos.
- Inaugurou campos de aviação e estimulou a criação e prosseguimento de aeroclubes por todo o Brasil.
Leia mais sobre o o Pioneirismo de Ada Rogato e seus feitos históricos na aviação brasileira!