Os ataques Kamikazes e os efeitos provocados ao Japão

A denominação Kamikaze, de significado vento divino, teve origem em um milagroso furacão que, durante o século XIII, salvou os japoneses de uma invasão mongol. Seu primeiro ataque aconteceu no decorrer da Batalha do Golfo de Leite, em outubro de 1944 – tempo da Segunda Guerra Mundial. Nesse período, 26 pilotos japoneses se voluntariam para formar a primeira “Unidade de Ataque Especial”. Segundo o Almirante Takijira Ohnishi – comandante da Primeira Frota Aérea e incentivador dos pilotos kamikazes, eles já eram deuses, sem desejos terrestres.

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Ohnishi anunciava aos seus pilotos que o máximo de esforço cedido por cada um seria em defesa do Japão e estaria simbolizado no lançamento do seu avião contra um navio inimigo, numa missão suicida. O ritual feito de improviso na pista, antes da partida de um último voo, consistia em tomar um copo de água ou saquê, cantar uma breve canção marcial e, seguindo a tradição Samurai, amarrar uma faixa na cabeça.

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Todo esse sacrifício por parte dos jovens pilotos nada mais era do que a representação de um esforço desesperado dos comandantes japoneses para enfrentar a superioridade técnica e material dos seus inimigos. A necessidade de poupar os pilotos veteranos e a falta de tempo para formar novos quadros encontrava nos inexperientes Kamikazes uma absurda e fértil fonte de suprimento. Geralmente, a tática usada era a escolta dos Kamikazes pelos veteranos – defensores da intercepção dos caças inimigos com o intuito de abrir caminho para que os aviões suicidas atacassem seus alvos. O resultado desses ataques sobre os navios, além de graves danos materiais, também causavam sérios problemas psicológicos aos marinheiros.

Os efeitos causados pelos ataques Kamikazes

Os Kamikazes afundaram 34 navios e provocaram danos em outros 288. No início de abril de 1945, no auge dos ataques, mais de 300 aviões se lançavam em voo suicida sobre a frota americana e, mais tarde, sobre a britânica também.

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O massacre foi tão grande que, em junho, os japoneses tiveram dificuldades para reunir 50 atacantes em um dia. Quando os americanos começaram a ofensiva contra Okinawa, última escala antes da invasão do Japão, mais de 2.000 Kamikazes estavam concentrados em bases aéreas em Kiushu, no sul do Japão, e dali se lançavam contra a frota americana.

No dia 15 de agosto de 1945, depois de o Imperador Hiroíto anunciar pelo rádio a rendição do Japão – os bombardeiros B-29 já haviam lançado bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto –, o Almirante Matome Ugaki, comandante das unidades kamikazes, acompanhado de mais dez pilotos, decolou para a última missão suicida contra os navios americanos que se encontravam em Okinawa. Presume-se que 2.000 pilotos perderam suas vidas em ataques kamikazes.

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Fonte: Adaptado. LEMOS, Valmir. História da Aviação, 2012.

 

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